Despreocupadamente: abril 2006

quinta-feira, abril 27, 2006

Portugal chama por nós!

O que se faz em português, na Bélgica: http://www.portugalnet.be
Aguardo ansiosamente o dia em que algum Despreocupado se lembrará de aparecer por aqui...
Enquanto espero, vou observando, com o coração a sorrir, a minha lusa descendência a espreitar por aqui e por ali, com o sorriso maroto da História; os caracóis dourados de um Sol que nunca se cansa de nascer; com os olhos azuis, cor de um Oceano que a abraça ternamente; com a Alma cheia de sonhos, a estender os braços a quem não tiver vergonha de gritar bem alto: "É minha, vou ajudá-la a crescer!"
Obrigada a todos que a ajudam a crescer de uma forma saudável e bonita! Obrigada a vocês, Despreocupados, pois é nas representações de um Portugal em que ainda acreditamos, que esta lusa criança encontra a melhor compreensão! Obrigada aos Portugueses, por continuarem a acreditar, mesmo contra todos os pedidos de adopção que temos recebido! Continuemos!

quarta-feira, abril 26, 2006

Passos à rectaguarda


Se caminhasses num terreno plano, se tivesses a boa vontade de caminhar e desses apesar disso passos à rectaguarda, então tratar-se-ia de um caso desesperado; mas como sobes um pendor tão escarpado como tu próprio visto de baixo, os passos para trás só podem ser provocados pela natureza do terreno e não tens que desesperar.

Kafka, in 'Meditações'

terça-feira, abril 25, 2006

25 Abril (II)

Meia noite. 25 de Abril de 1974. Largo do Carmo. Na rádio começa a leitura da primeira estrofe do poema "Grândola Vila Morena". A música com o mesmo poema interpretada pelo Zeca Afonso começa a ecoar. O povo é sereno e aguarda. Os militares saem à rua. É o fim da ditadura. Grita-se por liberdade. Cravos nas pontas das armas. O povo é efusivo e comemora. Os militares continuam na rua e festejam. É o principio da democracia. Grita-se por liberdade.

Meia noite. 25 de Abril de 2006. Largo do Carmo. No palco começa a leitura do poema "Grândola Vila Morena". A música ecoa por todo o largo. O povo festeja sem serenidade. Os militares assistem à festa. Ninguém sabe o que é a liberdade. Cravos nas lapelas. O povo é desmedido e acaba com a festa. Os militares fogem de pedras habilmente arremessadas. Ninguém sabe o que é a liberdade. Mas há cravos nas lapelas e grita-se dia da liberdade.


"Ainda mal o sol nascera
Já a multidão descera à praça principal
Era o grande ajuste de contas
E as pessoas estavam prontas a acabar de vez com o mal
Tinham sido anos a fio
A lutar com a fome e com o frio
Ao som de promessas de pão e de conforto
Agora o povo queria o poder
Já não tinha mais nada a perder
Quando um homem tem vida de cão
Mais lhe vale ser morto

O sangue correu pelo chão
Em nome da revolução e o povo acabou por vencer
Celebrou-se a liberdade
A igualdade e a fraternidade que acabavam de nascer
Mas ao chegar a vez de cada um
Trabalhar para o bem comum
Aí começaram os dissabores
E em vez de ficarem unidos
Dividiram-se em mil partidos
Lá no fundo, todos queriam ser
Ditadores (...)"

(Jorge Palma)

25 de Abril

Grândola - Vila Morena
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Zeca Afonso

Perspectivismo

Saí da aula de Filosofia, a última do ano, infelizmente, com a mente a dar voltas. Então não é que na minha aula preferida aprendo que o Nietzsche defendia a existência de dois tipos de moral: a dos mais fracos e a dos mais fortes? Segundo ele, a moral dos mais fracos consiste em inventar um paraíso, um mundo à parte, onde reinam valores como a igualdade, a justiça e a solidariedade. Nesse mundo, os fracos encontram refúgio, tendo em conta a sua incapacidade de se afirmarem no mundo real. Assim, desprezam e criticam os mais fortes, pois têm medo e é desse medo que retiram a ideía de paraíso, defendida pela Igreja, pelo comunismo (igualdade entre classes) e por todos os partidários de uma realidade perfeita, exista ela após a morte ou num futuro ainda distante. No entanto, segundo ele, a perfeição é a ilusão suprema.
A moral dos fortes, essa, constrói-se a partir deste mundo, onde vivemos e onde podemos afirmar-nos. Ser feliz não é mais que realizar-se, sem se importar com os outros, pois os fortes não têm qualquer tipo de obrigação para com os fracos, segundo Nietzsche. E aqui é que a porca torceu o rabo.
Pertencendo eu à classe dos fracos, com as centenas de medos que me impedem, tantas vezes, de afirmar-me, fiquei a ouvir atentamente o discurso da professora e, como só acontece nestas aulas, quase consegui entrar na mente de Nietzsche. Realmente, ele tem razão. O medo impede-nos de aceitar as nossas fraquezas e de as combater. O medo torna-nos mais fracos. Mas, quanto a ideais como solidariedade e paraíso, fiquei de pé atrás. Vim para casa a pensar na minha vida, enquanto catequista. Falo de Jesus e do paraíso às crianças. Mas, na minha perspectiva, esse paraíso realiza-se em vida, através de boas acções, através de uma vida digna, justa e boa. No entanto, essas boas acções não podem existir sem os outros. Será esta perspectiva mais um dos pensamentos de alguém que é fraco? Pois, estava eu a pensar nisto, quando abri o mail e lá estava o Evangelho Quotidiano, que já dei a conhecer aos Despreocupados que se deram ao trabalho de lêr o meu último post até ao fim. E não é que São Marcos respondeu às minhas questões, através de uma outra perspectiva? Passo a citar o comentário efectuado à passagem da Bíblia Ma 16,15-20: A história de Marcos apresenta-nos um caso de mudança ainda mais rara: a passagem da timidez a uma segurança definitiva. Com efeito, se é difícil dominar paixões violentas, ainda é mais difícil superar a tendência para o temor e o desalento, essas pequenas cadeias que paralisam alguns. [.] Admiremos pois, em São Marcos, uma tão espantosa transformação: "pela fé, o fraco recebeu o dom da força" Mesmo que esta não seja mais que a moral dos fracos, é aquela que me parece menos comparável à força do individualismo que assola o mundo hoje-em-dia. E, sendo a que menos se pode comparar à destruição de todos os valores, é a que prefiro. Sendo ou não a dos fracos. Se é fraco olhar para o outro e vêr nele alguem com as mesmas características que eu e que, por isso, merece o mesmo respeito e as mesmas oportunidades, então prefiro continuar a ser fraca. De qualquer forma, sei que Nietzsche tem razão, quando fala da incapacidade de impôr-se, do medo, do ressentimento e angústia que daí advêm, mas, para não correr o risco de passar para o lado dos fortes, neste meu combate contra a timidez e falta de coragem, prefiro o caminho de Marcos, a fé. Acredito que poderei mudar, peço a força para o fazer e cá dou o meu empurrãozinho. Passar por cima dos outros é que não. Que me desculpe o Nietzsche.

segunda-feira, abril 24, 2006

O céu é o limite?


"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os Sonhos do Mundo."
Álvaro de Campos

quinta-feira, abril 20, 2006

Novos Pecados

Mensagem do Evangelho Quotidiano, que recebo no meu e-mail:
Os nossos tempos, com as suas características próprias, vêm exigindo da Igreja novas atitudes pastorais, que respondam ao estilo de vida e às preocupações dos homens e das mulheres de hoje. Definir balizas, propôr regras, aconselhar e prevenir faz parte dessas atitudes…Recentemente, pela boca do cardeal James Francis Stafford, penitenciário-mor do Vaticano, foram denunciadas e etiquetadas como pecado algumas formas de utilizar as novas tecnologias da informação, designadamente a leitura de jornais, a navegação na Internet e a televisão em excesso. A esse propósito, um teólogo comentou: «Não há dúvida que hoje há um gasto imoderado de tempo que leva muitas vezes a grande passividade, à distracção do mais importante. O que há fundamentalmente é falta de amor». Recordemos que o próprio Papa, no seu encontro com jovens universitários no passado Domingo de Ramos, dedicado neste ano ao tema «Projectar a cultura: a linguagem dos meios de comunicação», reconheceu: «Infelizmente, temos de constatar que em nosso tempo as tecnologias e os meios de comunicação nem sempre favorecem as relações pessoais». Nada disto contraria, contudo, as directivas de João Paulo II em 1992 a propósito da Nova Evangelização, “nova no ardor, nova nas expressões, nova nos métodos”: todos os meios são bons para levar a Boa Nova “a toda a criatura”, incluindo a Internet. É o que tem feito Evangelho Quotidiano, com o conhecimento e bênção dos nossos Bispos. É o que continuaremos a fazer, com o vosso apoio e amizade. Que o Senhor nos continue a dar santas e felizes festas pascais.
Independentemente da crença ou não-crença de cada um, pensei que seria importante passar-vos esta mensagem, pois foi através deste meio virtual que vos conheci, mas também é através dele que tenho sentido na pele o perigo destes novos pecados. A verdade é que acabamos por viciar-nos nesta virtualidade, que nada exige de nós, a não ser tempo. E, neste frenesim que nos envolve diariamente, tempo é o que menos temos. Por isso, esquecemo-nos de tudo, envolvemo-nos na cápsula virtual e o tempo, coitado, lá continua, pois não tem outro remédio. Porém, como não sabe andar sózinho, leva com ele amigos, família, sonhos, projectos...
Transformar a sorte em catástrofe é o que sabemos fazer de melhor (o que dizer da sorte de estarmos vivos, sempre mal tratada, transformada no nada em que a maior parte de nós anda submerso?). Porque não inverter esta tendência, criando outros espaços Despreocupados neste mundo virtual, melhorando este que temos, mas sempre com os dois pés no mundo real? Tragamos o real para o virtual e torná-lo-emos bem maior e melhor!

quarta-feira, abril 19, 2006

Regresso

Após uns mesitos ausentes, cá estou de volta!! Nada de muito especial para dizer (por enquanto), mas também não se passou nada muito importante.... descanso, descanso, e ainda.... mais descanso!!! Uma pequena maravilha eheheh.

Gostaria de dar as boas vindas à Lígia e com muita pena não pude ir ao jantar, mas fica prometido que no proximo encontro estarei lá e espero que seja em breve e com todos presentes.

E por hoje não chateio mais.... Beijos e abraços

terça-feira, abril 18, 2006

Oh!

Oh como está morto este blog hoje...


A Lígia só a visitar (disse-me o counter)

A Marisa a conversar (disse-me a própria)

A Cristina a relaxar (disse-me o mapa de férias)

A Brindes a descansar (disse-me o relógio)

A Carla a trabalhar (disse-me S. Tomé)

O Amarelo só a comentar (disse-me a caixinha)

O Daúde a estudar (disse-me o meu acreditar )

O Cubalien a confraternizar (disse-me a imaginação)

O Rogério a postar (disse-me o blogger)

segunda-feira, abril 17, 2006

uma das minhas paixões...

O nome técnico é Modding...
E vai desde a simples colocação de uma luz neon até aos cortes mais elaborados e à colocação de acessórios diversos.
Os modders criam projectos elaborados que deixariam um qualquer arquitecto de boca aberta.
Criam-se peças únicas e são o motivo de orgulho dos seus criadores. Existem milhares de entusiastas pelo mundo todo e as ideias são sempre originais, sempre diferentes...
Com o evoluir dos tempos muitos dos "viciados" nesta modalidade juntaram o modding ao watercooling (colocar o arrefecimento do computador a àgua) e juntaram a estas pequenas peças de arte o silêncio perfeito...
Digamos que o modding está para os computadores como o tuning está para os carros.

Deixo-vos então imagens de dois projectos meus. O azul apelidado de "Sunraise" é um projecto que já terminei há uns tempos e o actual "GreenSilent" que ainda está em desenvolvimento...
Confesso que já passei imensas tardes a pintar, a lixar e a voltar a pintar... (e houve um despreocupado que me acompanhou em tempos...), a desenhar ou a escolher um acessório... já gastei algumas centenas de euros na personalização dos meus computadores... mas é um "vicio" saudável... e uma das minhas paixões...





(clica nas imagens para aumentar)

domingo, abril 16, 2006

just...


There is a universe that can't be seen,
it's just a feeling if you know what i mean,
a delectable dimension undetectable by sight,
it'll fill up your heart in the dead of the night,
some say it's an astral plane,
can't be described can't be explained...

Foto: João Dias
Local: Costa da Caparica

sexta-feira, abril 14, 2006

Aquela Intimidade, musica e sonho

Hoje de manha vinha para o trabalho, sai de casa entrei no carro e pós o rádio a tocar, o volume estava num nível que me fazia sentir bem, um nível agradável, vidros fechados e naquele momento era só eu, nem me lembro do caminho que percorri e como, vinha devagar a pensar na vida. O céu? Esse estava um pouco encoberto. A certa altura começou a dar uma música que me entrou no ouvido, fez-me sentir ainda mais calmo, achei a letra super interessante, achei por bem partilhar a letra (já devem conhecer mas pronto, cá fica).
Tim – Epitáfio
Devia ter amado mais,
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais e até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar
Devia ter complicado menos,
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
enquanto eu andar
Quando a musica acabou, já não era só eu, aumentei o som, pus o pé mais a fundo no acelerador, e senti vontade de continuar a "luta da minha estrada", senti aquela força que nada nem ninguém me ia mandar a baixo.
Companheiros!!!! Boa Páscoa...

quinta-feira, abril 13, 2006

Qual é a sua Experiência?

A redacção que se segue foi escrita por um candidato numa selecção de Pessoal na Volkswagen.

A pessoa foi aceite.

"Já fiz cócegas à minha irmã só para que deixasse de chorar, já me queimei a brincar com uma vela, já fiz um balão com a pastilha que se me colou na cara toda, já falei com o espelho, já fingi ser bruxo.

Já quis ser astronauta, violinista, mago, caçador e trapezista; já me escondi atrás da cortina e deixei esquecidos os pés de fora; já estive sob o chuveiro até fazer chichi. Já roubei um beijo, confundi os sentimentos, tomei um caminho errado e ainda sigo caminhando pelo desconhecido.

Já raspei o fundo da panela onde se cozinhou o creme, já me cortei ao barbear-me muito apressado e chorei ao escutar determinada música no autocarro. Já tentei esquecer algumas pessoas e descobri que são as mais difíceis de esquecer.

Já subi às escondidas até ao terraço para agarrar estrelas, já subi a uma arvore para roubar fruta, já caí por uma escada. Já fiz juramentos eternos, escrevi no muro da escola e chorei sozinho na casa de banho por algo que me aconteceu; já fugi de minha casa para sempre e voltei no instante seguinte.

Já corri para não deixar alguém a chorar, já fiquei só no meio de mil pessoas sentindo a falta de uma única. Já vi o pôr-do-sol mudar do rosado ao alaranjado, já mergulhei na piscina e não quis sair mais, já tomei whisky até sentir meus lábios dormentes, já olhei a cidade de cima e nem mesmo assim encontrei o meu lugar.

Já senti medo da escuridão, já tremi de nervos, já quase morri de amor e renasci novamente para ver o sorriso de alguém especial, já acordei no meio da noite e senti medo de me levantar.

Já apostei a correr descalço pela rua, gritei de felicidade, roubei rosas num enorme jardim, já me apaixonei e pensei que era para sempre, mas era um "para sempre" pela metade.

Já me deitei na relva até de madrugada e vi o sol substituir a lua; já chorei por ver amigos partir e depois descobri que chegaram outros novos e que a vida é um ir e vir permanente.

Foram tantas as coisas que fiz, tantos os momentos fotografados pela lente da emoção e guardados nesse baú chamado coração...

Agora, um questionário pergunta-me, grita-me desde o papel: "Qual é a sua experiência?"

Essa pergunta fez eco no meu cérebro.

"Experiência...."

"Experiência..."

"Será que cultivar sorrisos é experiência?"

Agora... agradar-me-ia perguntar a quem redigiu o questionário:"Experiência?! Quem a tem, se a cada momento tudo se renova???"

Para os consumidores da noite

Sobretudo a pensar no regresso a casa, dentro de um táxi, a observar a Cidade dos Slogans...


Ode à noite

Gosto do momento, exacto ou nem por isso,
em que se torna possível colar cartazes
nas paredes ao lado dos meus ombros (espero
o autocarro, vejo devagar, sorrio). Mas
gosto, sobretudo, dos cães quase sem dono
que roçam as esquinas, pisando restos de garrafas
– ou das pessoas que desconheço
e das bebidas todas que ignoro
(porque me matam menos e se chamam
– como eu – insónia, pesadelo, golpe baixo).


Existem, claro, raparigas louras um tanto
heterodoxas que não te apetece beijar
(a forca do bâton, perfeita – o cigarro aceso
pedindo outro lume). Essas mesmas que hão-de
um dia procriar com zelo, evitando rugas,
tumores e o mundo como representação misógina.
Mais lírica, sem dúvida, é a lavagem das ruas,
com a cerveja a premiar a farda
demasiado verde e os bigodes de serviço.


Outros, alguns, tornam concreto o torpor
de um charro e pedem-te em crioulo básico
um cigarro português que tu vais dar,
sem esforço nem palavras. Entre shots, piercings,
t-shirts de Guevara e gel, podes não acreditar
por algumas horas no axioma frágil do teu corpo.
Esfumas-te, como eles, no espelho de um bar
qualquer, país de enganos e baratas. E
quase gostas disso, quase: a música de punhais,
servil, um certo e procurado desencontro.


Um táxi te ensinará depois o caminho de casa
– ou o seu contrário, pois só ali (anónimo
e desfocado) eras finalmente tu, ou podias ser.


O resto, a vida, fica para outra vez.

Manuel de Freitas

A cidade dos slogans

A noite já vai longa. Abro o blogger e vejo 260 posts. Exclamo para comigo - é maravilhoso ver que as coisas ganham vida por intermédio de outras vidas.... Não sei se a ideia que me assalta a mente é própria deste cantinho ou de um outro bem próximo... talvez seja este o certo, escrevo despreocupadamente e directamente na caixinha própria. A viagem que fiz mesmo agora, no táxi 46 relembrou-me um outro post que tentei escrever há pouco... era o trecho 46 de um livro... não quis ser publicado e por isso ficará guardado.... E foi nessa mesma viagem que as palavras completaram algumas frases que tinha a germinar... São nessas viagens que me consigo alhear de mim e observar atentamente o que me rodeia... Perceber os pormenores de uma enorme cidade que não dorme. As paredes repletas de pequenos enigmas, fruto de culturas e contra-culturas que por cá habitam... A cidade é Lisboa e atravesso-a, dia após dia, atento a pormenores sempre diferentes... Há uma coerência em toda ela...

Passo uma vitrine já baça do pó poluente que a envolve e um slogan capta os meus sentidos... "Do something memorable", o turbilhão de pensamentos que só é cortado pelo individuo parado entre as filas de trânsito... Um marroquino vestido de fato de treino toca violino com a vã esperança de conseguir algumas moedas... Talvez tenha lido o pequeno slogan e não sejam apenas moedas que pretende... Mais à frente o dinheiro move massas... ou pelo Cristiano que pede apenas um bocadinho para ganhar muito ou pela Santa Casa que oferece milhão e meio em semana santa... o capitalismo materializado que leva à fortuna fácil num país em que já não se acredita em nada... que apenas se tenta sobreviver sem meios... uma cidade, espelho de um país onde uma empresa de crédito grita aos céus "o segredo que há dez anos faz tante gente feliz"... Instigando a um empenhamento constante, fazendo das pessoas pequenas marionetas num secretismo constante, criando a ilusão de serem outras...
É esta cidade que não dorme que nos molda... Em cada esquina mais um incentivo, menos uma certeza. Um "até já" monstruoso leva-nos até um "viva o momento" e até automóveis "intensos" por cá se vendem...

E vamos vivendo entre um slogan e outro, entre um pedinte e um outro mais imaginativo, saltando por cima de um passeio esburacado e cheirando flores de plástico, numa eterna ilusão de um dia podermos parar de viver à velocidade anúnciada pelos vendedores de Internet para passarmos a viver à velocidade que ela realmente funciona...

terça-feira, abril 11, 2006

Estamos aqui arranjar um 31

página 31...

Grato e recomendável é à tua natureza,
Hamelt, a vosso pai prestar pesado luto;
Mas sabes bem que o teu pai perdeu um pai;
Esse outro perdeu e os sobreviventes,
Algum tempo, é certo, lhes prestaram
Suas homenagens.


O melhor livro que alguma vez li, Hamelt

Alegria II

E vamos lá continuar no clima de Alegria, iniciado pela nossa Amiga Cris:

Fundamental para morrer em paz!

23 coisas que não se pode morrer sem saber:

1- O nome completo do Pato Donald é Donald Fauntleroy Duck.
2- Em 1997, as linhas aéreas americanas economizaram US$40.000 eliminando uma azeitona de cada salada.
3- Uma girafa pode limpar suas próprias orelhas com a língua.
4- Milhões de árvores no mundo são plantadas acidentalmente por esquilos que enterram nozes e não lembram onde eles as esconderam.
5- Comer uma maçã é mais eficiente que tomar café para se manter acordado.
6- As formigas espreguiçam-se pela manhã quando acordam.
7- As escovas de dentes azuis são mais usadas que as vermelhas.
8- O porco é o único animal que se queima com o sol além do homem.
9- Ninguém consegue lamber o próprio cotovelo, é impossível tocá-lo com a própria língua.
10- Só um alimento não se deteriora: o mel.
11- Os golfinhos dormem com os olhos abertos.
12- Um terço de todos os gelados vendidos no mundo são de baunilha.
13- As unhas das mãos crescem aproximadamente quatro vezes mais rápido que as unhas dos pés.
14- O olho da avestruz é maior do que o seu cérebro.
15- Os destros vivem, em média, nove anos mais que os canhotos.
16- O "quack" de um pato não produz eco, e ninguém sabe porquê.
17- O músculo mais potente do corpo humano é a língua.
18- É impossível espirrar com os olhos abertos.
19- "J" é a única letra que não aparece na tabela periódica.
20- Uma gota de óleo torna 25 litros de água imprópria para o consumo.
21- Os chimpanzés e os golfinhos são os únicos animais capazes de se reconhecer na frente de um espelho.
22- Rir durante o dia faz com que você durma melhor à noite.
23- 40% dos telespectadores do Jornal Nacional dão boa noite ao jornalista no final.
Curiosidade: Aproximadamente 70 % das pessoas que lêem isto, tentam lamber o cotovelo! Não adianta, não dá!

segunda-feira, abril 10, 2006

pontos e virgulas

Um homem muito rico, estava muito doente e à beira da morte.
Pediu papel e caneta, e escreveu o seguinte:
DEIXO MEUS BENS À MINHA IRMÃ NÃO A MEU SOBRINHO JAMAIS SERÁ PAGA A CONTA DO ALFAIATE NADA DOU AOS POBRES
Morreu antes de fazer a pontuação.
Para quem ele deixou a fortuna? Eram quatro os concorrentes;
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada dou aos pobres."
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito: "Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada dou aos pobres."
3) O alfaiate pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada dou aos pobres."
4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabichão, fez a seguinte interpretação: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Dou aos pobres."
Assim é a vida. Somos nós que colocamos, os pontos e as vírgulas...
E é isso que faz a diferença!!

Fonte inesgotável


Se alguém tem sede, venha a mim; e quem crê em mim que sacie a sua sede! Jo 7, 37
Mesmo aos os que não acreditam, desejo uma Feliz Semana Santa, pois poderá servir de pretexto a um diálogo interior, com o que há de mais profundo em nós. Estes pretextos reconciliam-nos com a Vida e com o Amor Universal... porque não tentar?

domingo, abril 09, 2006

Página 31

Acabadinho de chegar e um desafio no blog... pois bem... livro mais perto:

Cântico Negro - José Régio

A página 31 começa por:

Entrem, entrem os ventos, os chuveiros, as estrelas,
No palácio inabitado
Sem telhado, sem vidraças nas janelas...
Que os vidros me estalaram,
O telhado me voou,
E, pelos mil caminhos que ante mim se desdobraram,
Os meus passos me levaram,
E eu lá vou (nem sei se vou...)!

Anjos e Demónios - Dan Brown

Anjos e Demónios do Dan Brown - ainda não o li, mas era o livro que estava mais perto de mim.
Página 31, primeira frase: Muito em breve acreditará.

Mero Acaso

Prometo que vou acalmar-me, mas lanço o desafio, acabado de encontrar num outro blog repleto de despreocupações: www.ternaeanoite.blogs.sapo.pt:

Mero Acaso

1. Pega no livro que tiver mais perto de ti.

2. Abre-o na página 31. Sublinha a lápis a primeira frase completa que encontrares.

4. Publica-a no blog.

Pensar


















Pensar incomoda como andar à chuva. Quando o vento cresce e parece que chove mais.
Fernando Pessoa


sábado, abril 08, 2006

Aragon












Folheando o Petit Robert, às vezes encontram-se, perdidas entre tantas palavras e seus significados, que não são mais que outras palavras - antes fôssemos como as palavras e acabar-se-ía com estas manias modernas de (in)dependência! - dizia eu, então, que ainda há momentos felizes, se não o são já as longas horas passadas em frente a um livro, sublinhando-o e espremendo-o, com a vã ilusão de lhe arrancar a Alma e de conseguir depositá-la na folha de exame, que decidirá se seremos ou não capazes de enfrentar as urgências quotidianas do quotidiano mundo laboral que nos espera. Mas, se estes momentos de solidão partilhada com teses de alguém que não nos interessa conhecer são já momentos felizes, o que dizer quando, no enfadonho dicionário que nos obrigam a conhecer, encontramos relíquias assim: Un jour gris, avec cette fausse brume qui s'accroche aux arbes sans feuilles, estompait la silhouette de verre du Grand Palais. Aragon. Como não fazia ideía de quem era Aragon, aproveitei os anseios da minha curiosidade e quebrei a inércia, para abrir o outro Petit Robert, o dos nomes próprios. Este disse-me que Louis Aragon foi um poeta e romancista francês, nascido em 1897 e falecido fisicamente em 1982 (ano em que nasci). Par leur élégance souvent proche de la préciosité, les textes d'Aragon se distinguaient de ceux des autres surréalistes. Deixou o dadaísmo e, mais tarde o surrealismo, que fundou com André Breton e Philippe Soupault, para se dedicar ao comunismo. Passou a escrever obras repletas de ideias militantes e personagens históricas, mas nunca deixou o lirismo e a ficção elegante. Foi esta elegância tantas vezes próxima da preciosidade que me arrepiou até a Alma, numa frase perdida entre milhares de tantas outras.

Fiquei com vontade de conhecer mais este Aragon. E decidi partilhá-lo convosco, pois há, em tantos momentos, alguém que passa por nós e sorri, querendo ficar mais tempo. Mas, em vez de pararmos para conversarmos um pouco, partimos apressados, deixando mais uma oportunidade para trás... E se, da próxima vez, ficarmos para conversar?

Boa Noite.

quinta-feira, abril 06, 2006

está a chegar...

quarta-feira, abril 05, 2006

"Fiel amigo"

Como emigrante que sou (termo discutível, mas não por agora), tive há pouco tempo que defender a causa do bacalhau. Pois, porque a maior parte dos estrangeiros pensa que comemos bacalhau 365 dias por ano e que, quando não é o prato principal, trata-se certamente do acompanhamento. Apesar de tentarmos provar o quanto a nossa gastronomia é mais rica do que isso (aliás, estes comentários só podem ser inveja, da parte de quem só come endívias ou sopa de cebola!), achei que devia prestar uma homenagem ao nosso amigo bacalhau, que tanto tem feito pelos Portugueses, não só por esse mundo fora, como dentro do país, tratando-se de um alimento que já alimentou ricos e pobres, sem distinção. Já para não falar nos incontáveis momentos tradicionais que ainda se mantêm, à volta do bom do bacalhau, na quadra natalícia - hipocrisia, dizem alguns. Eu digo, esperança.

Um pouquinho, então, de História, que abre o apetite a saber mais:


Portugal e o "fiel amigo"
Devemos aos portugueses o reconhecimento por terem sido os primeiros a introduzir, na alimentação, este peixe precioso, universalmente conhecido e apreciado".(Auguste Escoffier, chef-de-cuisine francês, 1903).
Os portugueses descobriram o bacalhau no século XV, na época das grandes navegações. Precisavam de produtos que não fossem perecíveis, que suportassem as longas viagens, que levavam às vezes mais de 3 meses de travessia pelo Atlântico.
Fizeram tentativas com vários peixes da costa portuguesa, mas foram encontrar o peixe ideal perto do Pólo Norte. Foram os portugueses os primeiros a ir pescar o bacalhau na Terra Nova ( Canadá ), que foi descoberta em 1497. Existem registos de que em 1508 o bacalhau correspondia a 10% do pescado comercializado em Portugal.
Já em 1596, no reinado de D. Manuel, se mandava cobrar o dízimo da pescaria da Terra Nova nos portos de Entre Douro e Minho. Também pescavam o bacalhau na costa da África.
O bacalhau foi imediatamente incorporado aos hábitos alimentares e é até hoje uma de suas principais tradições. Os portugueses tornaram-se os maiores consumidores de bacalhau do mundo, chamado por eles carinhosamente de "fiel amigo". Este termo carinhoso dá bem uma idéia do papel do bacalhau na alimentação dos portugueses.
“Os meus romances, no fundo, são franceses, como eu sou, em quase tudo, um francês – excepto num certo fundo sincero de tristeza lírica que é uma característica portuguesa, num gosto depravado pelo fadinho, e no justo amor do bacalhau de cebolada!”Eça de Queiroz ( carta a Oliveira Martins )

terça-feira, abril 04, 2006

Lei da Oferta e da Procura

Seguindo a mesma mania de fugir aos números, mesmo estando a estudar Economia, afastei as fórmulas do meu espírito, pois houve algo que captou a minha atenção: Lei da Oferta e da Procura. Se uma pessoa compra 1 Kg de pêras, a oferta é baixa, mas se 10 pessoas decidem comprar 1KG de pêras, a oferta tende naturalmente a aumentar. Olha, pois é. É o B A BA da micro e macro economia, com mais ou menos floreados. Mas, se transpusermos esse princípio para o funcionamento da sociedade, acabamos por constatar a sua veracidade também. Aliás, foi a aplicação deste princípio que conduziu ao estado actual das coisas. Ora vejamos: os primeiros Homens eram nómadas; andavam de um lado para o outro em busca de comida e de água. A procura era baixa. Mas, devido à insatisfação constante da alma humana, aumentou a procura. Colher frutos, raízes e plantas ja não era suficiente; era preciso também caçar, ír à pesca. E, já agora, porque não sedentarizar-se? E a procura não parou de aumentar: roupas, utensílios diversos, casas, fogo, roda, viaturas, electricidade, canalizações, sistemas de irrigação, novas técnicas de produção agrícola (e, já que já sabemos produzir vegetais e animais artificiais, porque não produzir uns seres humanos também?), telemóveis, computadores, utensílios cada vez mais complexos, etc, etc. A procura aumenta com o desejo de tudo controlar. Já não sabemos parar, mas não faz mal, pois a oferta acompanha a procura. Se nascemos com uma carinha menos laroca, não ficamos à espera que alguém repare em nós; recorremos a uma cirurgia e transformamo-nos em mais um belo exemplar humano. Para tudo há uma oferta. Se não houver, chamamos a esse vazio uma lacuna e tentamos rapidamente preenchê-la. Como é maravilhosa a capacidade da oferta de acompanhar sempre a procura, graças ao poder sem limites do ser humano! E assim, compreendi mais um princípio económico.
Mas, como foi o espírito humano que criou o princípio (pelo menos, este), também permiti ao meu que se deixasse levar na busca da excepção à regra. Não que isto tenha alguma importância, mas trata-se de um exercício tão divertido, que não resisti! E não é que há mesmo uma excepção a esta regra da oferta e da procura? O que dizer dos milhares de crianças no mundo, envoltos em moscas e de estômago colado às costas, que PROCURAM um pouco de Amor? Que dizer dos velhos, abandonados nos corredores de hospitais, ansiando por um olhar de Amor (ou talvez, às vezes, apenas de piedade)? O que aconteceu à oferta de Amor às vítimas do racismo e dos mecanismos da sociedade que não compreendem? Quem oferece Amor a um preso que, depois de ter cumprido a pena devida, nao tem outra possibilidade a não ser voltar à condição de preso? QUEM SE ESQUECEU DA LEI DA OFERTA E DA PROCURA, QUANDO FALAMOS DE AMOR? Há um vazio, uma lacuna. Porque não corremos todos, maravilhosos espíritos humanos, a tapar este enorme buraco? É urgente! Não deixemos o princípio ficar desprovido de todo o seu sentido, precisamente onde ele devia fazer mais sentido. Se oferecermos um pouco mais, a Oferta aumenta e, talvez um dia, possamos esperar que a Procura desapareça. Um dos nossos principais deveres (senão o principal) é impedir que alguém possa ainda pedir Amor, à nossa volta! Começamos já, agora, neste instante?

Dia 4 de Abril

Dia 4 de Abril: Convite Aceite

Pensei em começar, dizendo: Aceite o desafio! Mas, pus-me aqui a pensar, Qual desafio? Desafio é o que nós fazemos a quem ainda se preocupa; desafio é continuar a passar ao lado do que realmente tem valor, em nome de uma independência qualquer. Já em vários momentos exprimi a importância dos Despreocupados na minha Vida, enquanto luz no fundo do túnel, cordão umbilical, que me liga não só às minhas verdadeiras raízes, como a tudo o que a Vida tem de verdadeiro. Não há nada, porém, que possa exprimir a alegria que foi conhecer alguns de vós, poder tocar a autenticidade das coisas num momento único, que partilhámos. Espantosamente, na era da globalização da economia, ainda existem instantes sem preço... e isso, graças a alguns Despreocupados que se reúnem por esse mundo fora.
O meu primeiro contacto convosco deu-se depois de ter lido um livro que o mano me ofereceu, A Sombra do Vento. Queria escrever-lhe algo sobre o que estava a sentir, pois penso que a ressaca de um livro é um dos mais altos momentos criadores da Humanidade. Foi nessa ressaca literária que pensei em escrever-lhe num blog, onde ele participasse, sem saber sequer muito bem o que era isso. Foi assim que, de uma ressaca literária, passei a outra bem mais duradoira, porque diária, exigente, sôfrega. Entrei no Despreocupadamente e tornei-me uma pessoa diferente voluntariamente, pois quis conhecer-vos. Foi um caminho, colocado à minha frente, com um sentinela que me é muto querido a velar-me os passos.
Hoje, não aceito o desafio, mas aceito desafiar! Junto-me a vós para aprender, para descobrir, para dar e para receber. Já sei que será uma partilha injusta, pois ganharei sempre mais do que posso dar, mas farei o meu melhor!

Obrigada. Até já.

domingo, abril 02, 2006

G8 - a elite


30 de Novembro de 2005.

Alguns amigos juntam-se numa rede virtual e partilham um único objectivo. Abre-se uma página em branco e preenche-se com letras e imagens. Juntam-se sorrisos e divulgam-se idéias. Libertam-se pedaços de cada um, que povoam os espaços em branco dos demais. Cria-se arte. Nasce o Despreocupadamente.


10 de Março de 2006.

Há um leitor que se destaca dos demais, consegue despreocupar-se e fazer-se notar, partilha sentimentos e deixa um pouco de si para quem visita o espaço outrora em branco. Passa a sua própria arte para o palco principal a pedido. O acolhimento é fantástico. Há também um pouco de si espalhado por todo o lado.


25 de Março de 2006.

Alguns despreocupados juntam-se em redor de uma mesa para comemorar e jantar. A leitora já fez mais de 2000 km neste dia mas continua a dar o seu máximo a quem a rodeia. A empatia é geral. Há quem perceba que o objectivo também lhe é comum.


30 de Março de 2006.

Na decisão democrática mais rápida da história do objectivo comum é aprovado, unanimamente, que o chamado G8 não está mais completo. Apesar do palco principal estar aberto para que a leitora o pise sempre que desejar o seu nome não constar na lista é injusto.

2 de Abril de 2006.

É feito o convite para que a leitora, Lígia Mendes, ingresse em termo definitivo na elite do G8.

sábado, abril 01, 2006

Infelizmente

Lamentavelmente, e mesmo tendo feito de tudo para o evitar o Despreocupadamente vai encerrar.

É o fim triste do que poderia ser um blog para os panteões nacionais.

A todos o meu muito obrigado.

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de blog em blog

Encontram-se pequenas pérolas em blogs alheios...

"Deixem-me só partilhar convosco uma pequena história que me foi contada pelo meu pai já há alguns anos, ficcionada, mas que tem sido para mim uma das lições das quais tenho tirado maior proveito, tanto na vida pessoal como, e principalmente, na vida profissional. E é tão simples. Reza assim: Era uma vez um senhor que tinha ido a um museu. Estava com um desejo incontrolável de fumar. Vendo beatas no chão, dirigiu-se ao segurança e perguntou se poderia fumar, ao que o segurança prontamente lhe respondeu que não. Indignado, o protagonista da nossa história rapidamente perguntou E de quem são estas beatas no chão?. Ao que o segurança lhe respondeu São de quem não perguntou. Só isto."

in A vida em ré menor


Assim vai o mundo...