Despreocupadamente: agosto 2006

segunda-feira, agosto 28, 2006

A Palavra do Senhor acompanhada de uma bica e de uma tosta mista

Curiosidade para alguns, sugestão para todos, mas é com o tal sorriso no rosto que deixo aqui esta pequena descoberta. Somos os maiores da Península Ibérica em tanto materialismo, de necessidade discutível... Porque não sermos os únicos em algo tão mais próximo da Verdadeira Vida, aquela que gerimos diariamente e para a qual buscamos, por isso, respostas constantes?

Quando acaba a adoração, depois dos cânticos e dos momentos de reflexão e do pai-nosso e de todos terem louvado ao Senhor, os fiéis não se vão logo embora. Aproveitam para beber um café, para comer uma fatia de bolo caseiro ou um croquete que sabe mesmo a carne, para discutir os últimos desaires do Benfica, para contar as diabruras dos miúdos. Atrás do balcão, Lina e António estão atarefados. A aparelhagem toca, baixinho, uma música que fala de fé enquanto, na pequena capela ali ao lado, há quem continue de mãos postas a rezar.

São assim as tardes de sábado no Café Cristão, na Amora, Seixal. Inaugurado a 24 de Junho, com a presença e a bênção do bispo de Setúbal, o primeiro Café Cristão da Península Ibérica está ainda em fase de arranque: o calor levou a maior parte dos fiéis para a praia e as acções de divulgação só agora estão a começar. "Lá para Outubro esperamos já estar a funcionar em pleno", garante António Andrade, que, com a sua mulher Lina, gere o espaço.

(...)

Aberto de quarta a domingo, o Café Cristão funciona como qualquer outro café, com a excepção de que aqui não se vendem bebidas alcoólicas. "Mas isso não quer dizer que as pessoas não se divirtam", avisa Lina Andrade. "Pelo contrário, gostava muito que este fosse um espaço de alegria."

(...)

"Há pessoas que aparecem aqui porque querem conversar, precisam de uma palavra amiga ou de companhia para rezar", conta Lina. "Este é um espaço de escuta, de acolhimento." E é por isso que todos os que trabalham no café (cerca de dez voluntários) começaram a encontrar-se naquele local, mesmo quando ainda estava em obras, para rezarem em conjunto. "Fizemos uma espécie de preparação e tentamos estar sempre uns minutos na capela antes de começar a trabalhar."

Os sábados são especiais. Entre as 16 e as 18 horas, o tempo é de adoração. Não há padre no altar, mas há uma dúzia de fiéis nas filas de cadeiras, de mãos estendidas, e a oração vai surgindo, naturalmente, às vezes em forma de canção. António agita a pandeireta para que ninguém se engane no ritmo das músicas. À noite, a animação inclui teatro, debates e música, por exemplo com grupos cristãos que falam de Deus ao ritmo do rock ou do rap.

DN (vale a pena lêr todo o artigo aqui)

sábado, agosto 26, 2006

Férias


A vida é feita de momentos. As nossas memórias não são lineares como a seta do tempo em que passado, presente e futuro se seguem em ordem cronológica. Há momentos que se sobrepõem uns aos outros na nossa mente, arrumados na escrivaninha da memória em pequenas gavetas.

Desafio Aceite 6

Porto Côvo é mais um lugar fantástico e inspirador para muitos dos nossos poetas e sem dúvida um óptimo lugar para passar umas férias descansadas. Composta por uma característica povoação piscatória e pelas suas praias de areia fina e branca aquecida pelo sol e separadas pelas falésias.
As suas águas são transparentes e ricas em peixes saborosos que deliciam os visitantes.
Em frente à Ilha do Pessegueiro fica a excelente praia da Ilha, com condições para a prática de windsurf, passeios de barco e pesca desportiva.

A pequena povoação de Porto Côvo está bastante bem conservada e preserva os tons alentejanos e uma limpeza sublime, quase que nos faz parecer que estamos numa vila retirada de um qualquer filme de ficção.
Da Ilha do Pessegueiro. que inspirou um músico contemporâneo Rui Veloso, que lhe dedicou uma bonita canção, podem ser apreciados a fortaleza do século XVII, as ruínas de um porto romano e uma capela quinhentista.

Ou como diria Rui Veloso:

Em baixo fogos trémulos nas tendas
Ao largo as águas brilham como pratas
E a brisa vai contando velhas lendas
de portos e baías de piratas

Havia um pessegueiro na ilha,
plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem por amor se matou novo,
aqui no lugar de Porto Côvo

segunda-feira, agosto 21, 2006

Sorriso no rosto e aqui vamos nós!

Bom dia e Boa Semana para todos os Despreocupados!

O que é bonito neste mundo, e anima, é ver que na vindima de cada sonho fica a cepa a sonhar outra aventura. E que a doçura que não se prova se transfigura noutra doçura muito mais pura e muito mais nova.
(Miguel Torga)

domingo, agosto 20, 2006

Língua Portuguesa

Descobri este texto num site muito interessante, que partilho convosco (parte do texto e site), por sermos todos amantes da nossa língua e por nos encontrarmos num momento especialmente patriótico ;)

O inglês que falamos tão bem não passa da nossa segunda língua. A primeira, a língua que sentimos, é a portuguesa. Cada vez que a deixamos morrer um pouco, morremos um pouco também nós. E deixamo-la morrer quando não pensamos nela como bem de raiz e valor de investimento. Neste mundo de mercados, o dos utilizadores do português está – linguisticamente falando – entre os dez primeiros do mundo. É riqueza desaproveitada. Por contingências históricas muito diversas. Mas, nos últimos tempos, também por falta de amor-próprio. As línguas todas morrem um dia: não é justificação. Se um homem diz: morro um dia, por isso já não trabalho, ele está a auto-excluir-se da sociedade. Faz de certo modo como o governo português, que não investe na nossa língua e, desta maneira, se auto-exclui. Desaproveita um bem económico que outros países invejam. Já repararam em quantos indivíduos falam francês e alemão? Muito menos do que os falantes de português. A nossa política europeia não contradiz, penso eu, uma política de contacto com a lusofonia. Não se percebe, assim, o abandono total da chamada estratégia atlântica. Não basta festejar os oceanos na Expo'98, sob a tutela do continente franco-germânico. É preciso ter um pouco mais de ambição e o sentido prático que se intui de velho ditado português: "Quem não tem cão..." Como se dizia há anos no anúncio a uma marca de leite: se não formos nós a defender a nossa língua, quem a há-de defender?

Afonso Peres, em aqui


Passem por lá! Para esclarecer dúvidas ou para fazê-las surgir... Para quem Ama a Língua Portuguesa e o que com ela se faz!

sexta-feira, agosto 18, 2006

Desafio Aceite 5

Para não nos ficarmos apenas pelos paraísos perdidos, que se escondem por esse imenso Portugal, deixo-vos algo que já devem conhecer, mas que vale sempre a pena recordar, por ser um dos símbolos nacionais mais utilizados nestes últimos tempos... Nem que seja para olharmos para ela de outra forma, aí está a nossa bandeira, muito bem explicadinha no Portal do Governo:
Após a instauração do regime republicano, um decreto da Assembleia Nacional constituinte datado de 19 de Junho de 1911, publicado no Diário do Governo nº 141 do mesmo ano, aprovou a Bandeira Nacional que substituiu a Bandeira da Monarquia Constitucional (...)

A escolha das cores e da composição da Bandeira não foi pacífica, tendo dado origem a acesas polémicas e à apresentação de várias propostas. Prevaleceu a explicação constante do Relatório apresentado pela Comissão então nomeada pelo governo a qual, num parecer nem sempre heraldicamente correcto, tentou expressar de uma forma eminentemente patriótica este Símbolo Nacional.

Assim, no entender da Comissão, o branco representa "uma bela cor fraternal, em que todas as outras se fundem, cor de singeleza, de harmonia e de paz " e sob ela, "salpicada pelas quinas (...) se ferem as primeiras rijas batalhas pela lusa nacionalidade (...). Depois é a mesma cor branca que, avivada de entusiasmo e de fé pela cruz vermelha de Cristo, assinala o ciclo épico das nossas descobertas marítimas".

O vermelho, defendeu a Comissão, "nela deve figurar como uma das cores fundamentais por ser a cor combativa, quente, viril, por excelência. É a cor da conquista e do riso. Uma cor cantante, ardente, alegre (...). Lembra o sangue e incita à vitória".

Em relação ao verde, cor da esperança, dificilmente a Comissão conseguiu justificar a sua inclusão na Bandeira. Na verdade, trata-se de uma cor que não tinha tradição histórica, tendo sido rebuscada uma explicação para ela na preparação e consagração da Revolta de 31 de Janeiro de 1891, a partir da qual o verde terá surgido no "momento decisivo em que, sob a inflamada reverberação da bandeira revolucionária, o povo português fez chispar o relâmpago redentor da alvorada".

Uma vez definidas as cores, a Comissão preocupou-se em determinar quais os emblemas mais representativos da Nação para figurarem na Bandeira.

Relativamente à esfera armilar, que já fora adoptada como emblema pessoal de D. Manuel I, estando desde então sempre presente na emblemática nacional, ela consagra "a epopeia marítima portuguesa (...) feito culminante, essencial da nossa vida colectiva".
Por sua vez, sobre a esfera armilar entendeu a Comissão fazer assentar o escudo branco com as quinas, perpetuando e consagrando assim "
o milagre humano da positiva bravura, tenacidade, diplomacia e audácia que conseguiu atar os primeiros elos da afirmação social e política da lusa nacionalidade".
Finalmente, achou a Comissão "dever rodear o escudo branco das quinas por uma larga faixa carmesim, com sete castelos", considerando estes um dos símbolos "mais enérgicos da integridade e independência nacional".

quinta-feira, agosto 17, 2006

Desafio Aceite 3

Não ganhou nenhum prémio num concurso, não se fez nenhum poema, nem se compôs nenhuma musica, mas é uma aldeia muito bonita, onde se passam uns dias santos.... com muita paz e com uma vista verdadeiramente magnífica. Chama-se Valdigem e é a aldeia onde nasceu mi madressita e onde passei muitas semanas em criança.



Situa-se entre o Peso da Régua e Lamego.... mesmo juntinho ao Douro.

Não há muito para fazer lá sinceramente, mas as férias também servem para passear, sentar debaixo duma arvore e ouvir o barulho dos passaritos, conversar com os habitantes da aldeia que até são bastante simpáticos e depois lá está... convidam-nos para ir lá a casa e é só comer e beber!!!! Até cair para o lado!!!

Quando não tiverem sítio para ir e estiverem lá pertinho... um saltito para conhecer esta fantástica aldeia não custa nada e vão ver que não se arrependem! ;)

Desafio Aceite 2






Piodão é a freguesia mais longínqua do Concelho de Arganil (distrito de Coimbra), com 36,36 km² de área e 224 habitantes.

A aldeia, de Piódão, situa-se numa encosta da Serra do Açor. As habitações possuem paredes de xisto, tecto coberto com lajes e portas e janelas de madeira pintada de azul. O aspecto que a luz artificial lhe confere, durante a noite, conjugado pela disposição das casas fez com que recebesse a denominação de “Aldeia Presépio”.

Os habitantes são pessoas afáveis, conversadores e sempre prontos a ajudar os outros, dedicam-se, sobretudo, à agricultura (milho, batata, feijão, vinha), à criação de gado (ovelhas e cabras) e em alguns casos à apicultura. A flora é constituída maioritariamente por: castanheiros, oliveiras, pinheiros, urzes e giestas. A fauna é constituída por: coelhos, lebres, javalis, raposas, doninhas, fuinhas, águias, açores, corvos, gaios, perdizes e pequenos roedores.

Nos anos 80, Piódão recebeu o galo de prata, condecoração atribuída à aldeia mais típica de Portugal.

Actualmente, a desertificação das zonas do interior, afecta praticamente todas as povoações desta freguesia. As populações mais jovens emigraram para o estrangeiro ou para as zonas litorais à procura de melhores condições de vida, regressam ás suas origens, sobretudo, durante as épocas festivas para reviver o passado e se reencontrarem com os seus congéneres.





quarta-feira, agosto 16, 2006

Desafio Aceite 1



Primeira contribuição para os nossos postais ilustrados de Portugal :) Vem da TB e é mais uma sugestão de deixar a curiosidade aos pulos:

Sortelha

Localiza-se num cabeço granítico, inacessível pela vertente Sul. Integra o núcleo urbano da Aldeia Histórica, cercada pela linha muralhada. O castelo ocupa o local mais elevado no cimo de um penhasco isolado.

De tão perfeito, este cenário em granito e telha portuguesa parece irreal. De tão perfeito também, este cenário recebeu o epíteto de aldeia-museu., aldeia histórica datada do século XIII e aparentemente alheia à passagem do tempo. Um lugar feito de granito e decorado a romãzeiras que mantém uma vida própria, à margem do seu valo. Uma vida, assinale-se, feita ao ritmo de outros tempos pelas dezenas de anciãos que, contrariando a fragilidade natural das suas muitas primaveras, enfrentam os rigores do Inverno gélido e os excessos do Verão, invariavelmente tórrido
.

domingo, agosto 13, 2006

Desafio



Cá vai mais um desafio, a Despreocupados e Leitores assíduos, que podem sempre dar a sua contribuição no cantinho dos Comentários ;)

A célebre expressão, Portugal no seu melhor, fez-me pensar que poderíamos juntar as nossas descobertas e conhecimentos sobre a pátria e aproveitar este local de partilha para enaltecer algumas das melhores facetas de Portugal. Podem ser lugares, curiosidades, características, desde que sejam NOSSAS!

Lanço o desafio com a minha proposta. Trata-se da aldeia eleita a mais portuguesa de Portugal e, embora ainda não conheça, espero que a vossa curiosidade fique tão aguçada quanto a minha:

Exibe-se, airosa, no alto da íngreme colina. Faz-se difícil, obrigando o visitante a uma subida esforçada, a primeira de muitas, para se deixar apreciar. Curva após curva, Monsanto vai-se revelando aos poucos, segura de que tem muito para oferecer.
Não é para menos: afinal, trata-se da aldeia mais portuguesa de Portugal, aquela que arrebatou a vitória do concurso promovido, em 1938, pelo Secretariado de Propaganda Nacional do Estado Novo, dirigido por António Ferro. Ser, na opinião do júri composto por etnógrafos, poetas e escritores, a mais característica povoação do país, a menos "penetrada pela civilização dos outros", valeu-lhe o Galo de Prata, troféu cuja réplica permanece até hoje no cimo da Torre do Relógio ou de Lucano, um dos seus mais conhecidos monumentos.
Embora tornada famosa por tal feito, Monsanto não é apenas uma espécie de "Miss Portugal" na reforma, que tenta envelhecer conservando a beleza de outrora. Lugar muito antigo, com registo de presença humana desde o Paleolítico, distingue-se, para além do seu passado histórico, pela população, pouco mais de uma centena de pessoas que persiste orgulhosamente em defender as tradições, em preservar a sua identidade.

Para saber mais:
http://www.rotas.xl.pt/1102/a05-00-00.shtml

sexta-feira, agosto 11, 2006

Portugal no seu melhor

Daúde, e por falar em Portugal no seu melhor, aqui está ele cada vez melhor... representado :)





Português entra para a história do Europeu de Atletismo

O português Francis Obikwelu tornou-se o primeiro homem, em 28 anos, a conseguir vencer as provas dos 100 metros e dos 200 metros do Campeonato Europeu de Atletismo. O último a conseguir a façanha havia sido o italiano Pietro Mennea, em 1978. A sua vitória nos 100 metros aconteceu na terça-feira com o tempo de 9s99.
"Acho que vou viver o resto de minha vida com essa lembrança", disse Obikwelu.
O português venceu hoje a final dos 200 metros com o tempo de 20s01, o tempo mais rápido na Europa neste ano e novo recorde nacional.

A Tarde online (adaptado), 10/08/2006

quinta-feira, agosto 10, 2006

Delírio


Os ponteiros amolecem de tanto rodar, mas o tempo não pára jamais, há sempre outro ponteiro algures a caminhar arduamente sem destino, fazendo que a noite se transforme em dia e que as estrelas se recolham para lá da vista humana.
Resta-nos acreditar na sua presença, sempre desperta, sempre brilhante.
As horas batalham para se dissolverem, não há como as apressar...

segunda-feira, agosto 07, 2006

Férias em Portugal

De regresso a Bruxelas. Foi a primeira vez que senti o verdadeiro sabor da palavra férias. Vivi Portugal. Fui Portuguesa, mais do que alguma vez tinha sido. Apaixonei-me pelo Porto. Namorei Lisboa como quem vive o primeiro Amor. Deixei os odores a eucalipto e a mar se misturarem. Comi sardinhas, pastéis de Belém, francesinhas e até bolo rei. Bebi vinho do Porto e sangria. Dancei música pimba e de salão. Dei o meu sorriso a velhos, de olhos contentes. Acariciei o rosto de outros mais tristes. Aprendi a coreografia da Floribella e voltei a acreditar em príncipes. Fui ao Centro Cultural de Belém e descobri que a luz nasceu ali, entre o azul do rio e o azul do céu. Conheci crianças tão crianças, que me levaram a esquecer os meus 23 anos e a confundir-me com elas. Repeti vezes sem conta a expressão feliz, "Portugal é lindo!". E Portugal é realmente lindo, de uma beleza inexplorada, viva, intensa.
Claro que, para além de Portugal, há os Portugueses. E também os há lindos. Há aqueles que abraçam, choram, discutem, gritam e depois voltam a abraçar. Há aqueles que beijam, abraçam e voltam a beijar. Há as avós, impérios de sabedoria e mimos, tão pouco estimadas. Lindas! Há a família, oásis ou deserto, mas sempre família, célula primeira, apesar de tudo. Há os desconhecidos que dizem Boa Tarde. Lindos! Há os conhecidos que viram a cara, mas também os há lindos -são aqueles que param e conversam, olham nos olhos e saisfazem-se com o encontro. Depois, há os amigos, os que eram e deixaram de ser, os que eram e continuam a ser, e os que não eram, mas passaram a ser. E, na escala da beleza, os amigos ocupam o primeiro lugar. São lindos, pronto. Partilham experiências, vivências, carências e outras ências tais. Estão lá e isso é que importa. Sobretudo se são Portugueses, também. São a família que se escolhe e, por isso, nunca chegam a ser deserto. Ou são oásis ou não são nada. Tardo-me na referência aos amigos, pois estas férias também me trouxeram outras descobertas em matéria humana (ou simplesmente Portuguesa, talvez), graças... aos amigos, pois claro.
Este grupo foi criado com bastante entusiasmo e amizade. Uniram-se as diferenças de oito Despreocupados e criou-se uma força capaz de atraír leitores atentos, de contagiar mundos distantes, de levar a amizade a mais corações. E este grupo é Português, sem dúvida. Não hesitou em acolher mais um membro. Não deixou um comentário sem resposta, mesmo se silenciosa. Rapidamente, a restrição a oito vozes iniciais passou à comunicação sem limites.
No entanto, neste meu regresso a casa, o meu querido Portugal, deparei-me com mais um traço de quem é Português - a inclinação para a arte. Percebi que somos bons a pintar, a desenhar, a falar, a escrever. Falta-nos a acção. Falta-nos a garra de largar tudo o que estamos a fazer e ír vêr dos amigos com quem, ainda há pouco, falávamos no msn ou felicitávamos no blog. Falta-nos o empurrão para estender a discussão à mesa das discussões e nos deixarmos de metáforas. Aprendi a dar valor a estes momentos no msn ou no blog, pois o longe torna-se insignificante, quando estou realmente longe. Mas, foram também estes momentos que me levaram a exigir muito mais quando estou perto. Faz-me falta o toque, o abraço, a palavra amiga, a gargalhada conhecida. Faz-me falta o contacto, o nosso contacto tão Português. O post com mais comentários da história do blog. E o resto? Falta-nos, às vezes, a compreensão desta beleza que é a amizade Portuguesa, por ser única no mundo. Aqui, a realidade é outra. Há individualismo, frieza, calculismo, independência. Sei que ainda somos diferentes. Sei-o graças ao Portugal que me recebeu nestas férias, nos braços de Amigos, sem medo de o serem. Obrigada, Ana, Daúde e mano, exemplos dos que são Lindos nesse país! Tinha de prestar-vos esta homenagem simples, mas muito sentida, pois são exemplos assim que me arrancam o sorriso mais rasgado e Português do mundo! Desculpem-me, apenas, o atraso, mas andava a abraçar o país o mais que podia, enquanto podia.
Restantes Despreocupados, mantenham-se Amigos! Apesar de tudo, apesar de todos. Regresso a Bruxelas. Continuo a acreditar que a Arte de ser Português ainda se transformará em Ser realmente Português. Continuo a ser Portuguesa, mas depois destas férias, penso que o nosso país merece que o demonstre. Estou feliz.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Ligações

Entro na carruagem para mais uma viagem de metro, sento-me e encosto a cabeça preparando-me para dormir.
Subitamente reparo no anúncio por cima da minha cabeça, enviar dinheiro para o Brasil, simbolizado por um jogador de futebol, ou não fosse o país do desporto rei, deixo-me ficar a olhar o anúncio amarelo quando páro na estação de Alvalade, faço a associação lógica e sorrio.
Ao voltar à realidade continuo o meu passatempo favorito de observar as pessoas, logo descubro um indivíduo com uma camisola da selecção, mais uma associação, afinal o mundo está todo interligado apenas temos de estar atentos aos pormenores...
Deixei-me ficar a pensar na não existência de coincidências, raciocínio que faço diariamente para me distrair, as pessoas saem e entram na carruagem, sempre apressadas, sempre atrasadas, é a vida dos transportes públicos a fluir...
O homem que se senta à minha frente mergulha os olhos num livro de capa preta, na lombada consigo ler 90 minutos em Beirute. Por pouco não solto uma gargalhada, ou não seja o tempo preciso de um jogo de futebol.
Recordo que das mensagens cada um retira o que quer, mas assim é demasiado evidente. Perto do Rossio ele guarda o livro religiosamente na mala, olha o relógio e prepara-se para sair, nesse instante duas pessoas sentam-se ao seu e ao meu lado, estranhamente ele desiste de sair e fica a observar a conversa numa língua pouco conhecida das duas pessoas que agora se instalaram ao nosso lado.
A sua desistência de sair deixou-me intrigado, mas durou apenas escassos segundos até me aperceber o largo sorriso que ele colocou quando perguntou... "Are you from Israel?" Ao que obteve uma resposta afirmativa.

Saí na estação seguinte mas não sem antes ter percebido que o mundo está todo alinhado e interligado, a reflexão das coincidências ficará para um outro dia.

terça-feira, agosto 01, 2006

O inico do Ocidente começou AQUI


O Português pré-histórico já era aventureiro, navegador, missionário, semeados de cultura. Assim o entendem alguns estudiosos nacionais e estrangeiros e eu concordo. Nascido em S. Martinho da Anta (…) sempre vi Portugal e a civilização ocidental começar ali. Antes de Iberos, Celtas, Fenícios, Gregos, Romanos, Suevos, Alanos, Vândalos, Visigodes e Árabes, autóctones magaliticos já Lusitanos.

É por esta e muito mais que digo que sou muito orgulhoso, sou Português e basta!!!