Despreocupadamente: A Veia do Poeta

terça-feira, maio 09, 2006

A Veia do Poeta

A Veia Do Poeta

Cansado do movimento
Que percorre a linha recta
Fui ficando mais atento
Ao voo da borboleta
Fui subindo em espiral
Declarando-me estafeta
Entre o corpo do real
E a veia do poeta

Mas ela não se detecta
À vista desarmada
E o sangue que lá corre
Em torrente delicada
É a lágrima perpétua
Sai da ponta da caneta
Vai ao fim da via láctea
E cai no fundo da gaveta

Ai de quem nunca guardou
Um pouco da sua alma
Numa folha secreta
Ai de quem nunca guardou
Um pouco da sua alma
No fundo duma gaveta
Ai de quem nunca injectou
Um pouco da sua mágoa
Na veia do poeta

Carlos Tê / Rui Veloso

Camaradas e amigos desta e de outras Vidas... despreocupem-se!

2 Comments:

At 10 maio, 2006 23:43, Blogger Green Tea said...

Ai de quem não vive e sofre por viver. E não se delicia de êxtase por viver. Viver anestesiado não serve.
"Guarda um pouco do teu melhor e leva-o contigo até ao fim da estrada", diz o Palma ;)
Porque sem mágoa não se vive e não se sente.

 
At 13 agosto, 2006 00:36, Anonymous Anónimo said...

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