Despreocupadamente: Acordes inéditos

quarta-feira, junho 14, 2006

Acordes inéditos

Porque nos lembramos tantas vezes de falar da tristeza, confirmando a imagem de sonhadores nostálgicos que os outros têm de nós. Porque a mente de muitos ainda se encontra em alto-mar, a bordo de uma caravela errante, esperando avistar terra firme. Porque Portugal é dos Portugueses e estes são Portugal, ousemos dizer adeus à tristeza, mostrando o rosto radiante de um país que ainda tem tudo para sorrir e que ainda pode chegar a bom porto. Deixemos que os poetas e outros sonhadores se ocupem de saudosismos e da nostalgia. Façamo-lo também, se disso tivermos imperiosa necessidade, mas não fiquemos por aí. Olhemos para a frente; cada passo é mais um!
Ousemos compôr um novo tema para este Portugal - o refrão: continuar, o título: Solidariedade. Sim, porque modernização e optimismo não deverão alterar a nossa alma colectiva, aquela que arranca sorrisos até ao estrangeiro mais insonso, aquela que faz de nós uns sonhadores nostálgicos muito acolhedores. Agarremos o que temos de bom, façamos a nossa História, mas agora com olhos no futuro e não no passado!
Adeus tristeza

Na minha vida tive palmas e fracassos
Fui amargura feita notas e compassos
Aconteceu-me estar no palco atrás do pano
Tive a promessa de um contrato por um ano
A entrevista que era boa
E o meu futuro foi aquilo que se viu
Na minha vida tive beijos e empurrões
Esqueci a fome num banquete de ilusões
Não entendi a maior parte dos amores
Só percebi que alguns deixaram muitas dores
Fiz as cantigas que afinal ninguém ouviu
E o meu futuro foi aquilo que se viu
Adeus tristeza, até depois
Chamo-te triste por sentir que entre os dois
Não há mais nada pra fazer ou conversar
Chegou a hora de acabar
Na minha vida fiz viagens de ida e volta
Cantei de tudo por ser um cantor à solta
Devagarinho num couplé pra começar
Com muita força no refrão que é popular
Mas outra vez a triste sorte não sorriu
E o meu futuro foi aquilo que se viu
Na minha vida fui sempre um outro qualquer
Era tão fácil, bastava apenas escolher
Escolher-me a mim, pensei que isso era vaidade
Mas já passou, não sou melhor mas sou verdade
Não ando cá para sofrer mas para viver
E o meu futuro há-de ser o que eu quiser
Fernando Tordo
(eu sei, só falta o Avante, camarada!, mas pensem nisto ;)

5 Comments:

At 14 junho, 2006 21:03, Anonymous Anónimo said...

Não me identificando com ideais extremistas, mas acima de tudo respeitando ideologias:
Camaradas e amigos a Festa vai começar, (só em Setembro claro) mas Avante é sempre Avante…

Avante, camarada, avante,
Junta a tua à nossa voz!
Avante, camarada, avante, camarada
E o sol brilhará para todos nós!

Ergue da noite, clandestino,
À luz do dia a felicidade,
Que o novo sol vai nascendo
Em nossas vozes vai crescendo
Um novo hino à liberdade
Que o novo sol vai nascendo
Em nossas vozes vai crescendo
Um novo hino à liberdade

Avante, camarada, avante,
Junta a tua à nossa voz!
Avante, camarada, avante, camarada
E o sol brilhará para todos nós!

Cerrem os punhos, companheiros,
Já vai tombando a muralha.
Libertemos sem demora
Os companheiros da masmorra
Heróis supremos da batalha
Libertemos sem demora
Os companheiros da masmorra
Heróis supremos da batalha

Avante, camarada, avante,
Junta a tua à nossa voz!
Avante, camarada, avante, camarada
E o sol brilhará para todos nós!

Para um novo alvorecer
Junta-te a nós, companheira,
Que comigo vais levar
A cada canto, a cada lar
A nossa rubra bandeira
Que comigo vais levar
A cada canto, a cada lar
A nossa rubra bandeira

Avante, camarada, avante,
Junta a tua à nossa voz!
Avante, camarada, avante, camarada
E o sol brilhará para todos nós!

TB

 
At 14 junho, 2006 21:36, Anonymous Anónimo said...

Pensando em acordes, sempre o Grande Senhor

Lisboa que Amanhece

by Sérgio Godinho


Cansados vão os corpos para casa
Dos ritmos imitados doutra dança
A noite finge ser
Ainda uma criança de olhos na lua
Com a sua
Cegueira da razão e do desejo

A noite é cega, as sombras de Lisboa
São da cidade branca a escura face
Lisboa é mãe solteira
Amou como se fosse a mais indefesa
Princesa
Que as trevas algum dia coroaram

Não sei se dura sempre esse teu beijo
Ou apenas o que resta desta noite
O vento, enfim, parou
Já mal o vejo
Por sobre o Tejo
E já tudo pode ser
Tudo aquilo que parece
Na Lisboa que amanhece


O Tejo que reflecte o dia à solta
æ noite é prisioneiro dos olhares
Ao Cais dos Miradouros
Vão chegando dos bares os navegantes
Amantes
Das teias que o amor e o fumo tecem

E o Necas que julgou que era cantora
Que as dádivas da noite são eternas
Mal chega a madrugada
Tem que rapar as pernas para que o dia
Não traia
Dietriches que não foram nem Marlénes


Em sonhos, é sabido, não se morre
Aliás essa é a Única vantagem
De após o vão trabalho
O povo ir de viagem ao sono fundo
Fecundo
Em glórias e terrores e aventuras

E ai de quem acorda estremunhado
Espreitando pela fresta a ver se é dia
E as simples ansiedades
Ditam sentenças friamente ao ouvido
Ruído
Que a noite se acostuma e transfigura


Na Lisboa que amanhece


TB

 
At 17 junho, 2006 17:18, Blogger Rogério Junior said...

Portugal...

Deixo comentários e alguns textos espalhados pela rede acerca deste país à beira-mar plantado, quase sempre irónicos, quase sempre vislumbrando um futuro negro. Erro crasso. Portugal é dos portugueses sim, dos sonhadores nostálgicos... nosso!

Servimos nós, como boas rodas dentadas da sociedade, para o elevar até à sua mais elevada potência (hoje deu-me para a matemática) e para o glorificar-mos. Para dizer mal estão cá os insonsos estrangeiros!

Por Portugal, Com Portugal, Viva Portugal...

E porque não também: AVANTE CAMARADA!

 
At 12 agosto, 2006 08:40, Anonymous Anónimo said...

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At 17 agosto, 2006 13:56, Anonymous Anónimo said...

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